quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Natal

Paróquia São José do Jaguaré 19-12-2010
O presépio ainda está sem o Menino Jesus exatamente para lembrar que Ele vem no Natal - no presépio e em nossos corações (imagem do presépio da Paróquia São José do Jaguaré - arquivo pessoal).



Natal: nascimento de Jesus Cristo. 


O primeiro Natal ocorreu há mais de dois mil anos atrás, quando Deus se fez criança, submetendo-se á condição humana. Ele poderia aparecer já adulto, nas nuvens, como muitos esperavam (e ainda esperam). Mas não! Fez questão de fazer-se criança, para mostrar o valor que a criança tem (na sociedade da época e na nossa também); fez questão de nascer por meio de uma mulher, para mostrar que quem tem condições de gerar e guardar a vida dentro de seu ventre é alguém divino, que deve ser respeitado. Dessa forma, Deus quis mostrar algo àqueles que desrespeitam a criança e a mulher. Será que aprenderam?


E hoje Jesus que nascer em cada um de nós, em cada uma de nossas famílias. Ou será que não lhe daremos lugar entre nós, exatamente como naquele primeiro natal: todo mundo preocupado com seus afazeres, lotando as casas, de tal forma que Maria deu à luz em uma manjedoura, fora do lar!


Quem é Jesus hoje? A resposta está nos Evangelhos: Ele se identifica com os pequenos - "tudo o que fizerdes ao pequenos, é a mim que fazeis" (S. Mateus 25). Quem são os "pequenos" de hoje? Reflita e permita que eles estejam entre nós!


Sendo assim, feliz e santo Natal a todos!


João César - dezembro de 2010.



segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

DICAS CULTURAIS: Decoração de Natal

Continuando com as dicas culturais neste período sem aulas e em tempo de Natal, fica a sugestão de visitar a decoração de Natal da Paróquia São José do Jaguaré.


Paróquia S. José do Jaguaré - Decoração Natalina 10/12/2010 Paroquia S. Jose do Jaguaré 17/12/2010 Paroquia S. Jose do Jaguaré 17/12/2010 Paroquia S. Jose do Jaguaré 17/12/2010 Paróquia S. José do Jaguaré - Decoração Natalina 10/12/2010Paróquia S. José do Jaguaré - Decoração Natalina 10/12/2010


A decoração de Natal do lado de fora da Paróquia funciona diariamente das 20h até as 23 horas, até o fim de dezembro e inicio de janeiro. Pode ser vista perto ou longe, em todo o pátio da igreja.


Paróquia São José do Jaguaré 19-12-2010 Paróquia São José do Jaguaré 19-12-2010 Paroquia S. Jose do Jaguaré 17/12/2010Paróquia São José do Jaguaré 19-12-2010


A decoração interna da Paróquia também ficará até o fim de dezembro e início de janeiro. Porém só pode ser vista quando a igreja está aberta, geralmente durante as missas. Fica ai o convite para as Missas de Natal: dia 24/12 às 20 horas e dia 25/12 às 10 horas da manhã. No fim do ano as Missas serão: dia 31/12 às 20 horas e dia 1º de janeiro às 10 horas da manhã.


As fotos desta página fazem parte do arquivo pessoal do Professor João César. Vale à pena visitar pessoalmente, pois detalhes e clima próprios não são transmitidos por fotos.



sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

DICAS CULTURAIS: 21ª Mostra de Presépios





21ª Mostra Franciscana de Presépios 2010  21ª Mostra Franciscana de Presépios 2010


O primeiro presépio foi montado por São Francisco de Assis, séculos atrás, para lembrar a cena do nascimento de Jesus Cristo (lembrando que Natal é a lembrança do nascimento de Cristo, e não do Papai Noel).


21ª Mostra Franciscana de Presépios 2010    21ª Mostra Franciscana de Presépios 2010 


Os franciscanos continuaram essa tradição iniciada por São Francisco, montando presépios pelo mundo inteiro (cada pais monta seu presépio com suas características culturais). E no centro de São Paulo, na Igreja São Francisco, costumam mostrar vários desses presépios. Essa mostra de presépios ocorre há vinte um anos e vale à pena ser visitada.


21ª Mostra Franciscana de Presépios 2010 21ª Mostra Franciscana de Presépios 2010


O QUÊ: 21ª Mostra Franciscana de Presépios.
ONDE:  Igreja São Francisco - Largo São Francisco, 133 - São Paulo (Centro).
QUANDO: de 08 de dezembro de 2010 até 02 de janeiro de 2001, das 10 às 18 horas.
A entrada é gratuita e não há restrição de idade.
Maiores informações: http://www.franciscanos.org.br/v3/cultura/especiais/2010/exposicao_presepio_sf/

Observação: as fotos que ilustram esta página foram feitas pelo Professor João César, por ocasião de sua visita à Mostra de Presépios, com autorização dos frades. Mas nada substitui a beleza de visitar pessoalmente. Mesmo porque são mais de vinte presépios diferentes, feitos em várias partes do mundo, com materiais diferentes.



quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Há 169 anos atrás

Há 169 anos atrás, em 08 de dezembro de 1841, um jovem sacerdote italiano acolhia um adolescente órfão e analfabeto, que tinha sido enxotado pelo sacristão.


Em uma conversa sincera, com um sinal da cruz e uma Ave Maria, iniciou-se uma grande obra educativa, que espalhou-se pelo tempo e espaço, influenciando e mudando a vida de milhões de pessoas. E tudo começou com ACOLHIDA, DIÁLOGO E ORAÇÃO.


Estou falando de Dom Bosco, que na presente data acolheu, dialogou, orou e ensinou o jovem Bartolomeu. Este, trouxe, na semana seguinte, outros em situação semelhante. A estes juntaram-se outros. Eram centenas.


Que belo exemplo esse de Dom Bosco! Deve ser repetido por muitos por este mundo, se quisermos de fato que o jovem seja protagonista.


Aproveito para celebrar também a conclusão de um vídeo, que a direção da escola na qual trabalho, me encomendou, como síntese dos momentos que estivemos juntos à nossos educandos neste primeiro ano da história da nossa escola.


Que Dom Bosco continue a nos iluminar e a dar o exemplo de como educar nossas crianças e nossos adolescentes. De forma simples, mas atuante.


Afinal, prestaremos contas a Deus pelo que fizemos a cada um desses pequenos confiados a nós.


João César

domingo, 28 de novembro de 2010

Aniversário do C.E.U. Jaguaré

C.E.U. Jaguare, em seu aniversario 27/11/2010 C.E.U. Jaguare, em seu aniversario 27/11/2010
C.E.U. Jaguaré , em seu primeiro aniversário de inauguração (27/11/2010). Imagens de arquivo pessoal.



O Centro de Educação Unificado Jaguaré é um local privilegiado por comemorar três aniversários ao ano: chegada dos funcionários pioneiros; chegada do primeiro agrupamento de alunos e educadores; inauguração oficial. Este último evento festejamos neste sábado, 27 de novembro.


Foi um rico momento de vivenciarmos encontros: com a comunidade, com os gestores, com as autoridades e com os educadores das unidades que formam o complexo educacional, esportivo e cultural. 


Nos rostos dos presentes via-se alegria, serenidade, participação. Troca de olhares, de palavras, de presenças, de experiências, de visões de mundo. Celebração dessas trocas, que ocorrem diariamente, mas aqui, nesta data, de forma mais solene. Sem isso não há educação. Por isso, somos privilegiados, só na educação há essa possibilidade. E isso é que faz a diferença. "Deixamos um pouco de nós nos outros, recebemos um pouco dos outros em nós", como escreveu Exupery. Precisamos desses momentos, pois a burocracia e o tecnicismo  matam, a convivência ressuscita.


Um outro fator também pode (e deve!) ser refletido nessa celebração de encontros: a participação da comunidade não somente em qualidade, mas em quantidade. Isso mesmo, não escrevi errado não! Todos que me conhecem estão acostumados com o fato de que coloco a qualidade acima da quantidade. Mas neste momento faço questão de inverter sim! 


A qualidade dos encontros foi enorme, sem dúvida, mas não foi abrangente. Pode enganar nosso olhar o fato de que havia muita gente participando da festa. E tinha. Mas se levarmos em conta que não se trata de uma escola, mas de um conjunto de várias unidades voltadas à comunidade, a participação foi muito fraca. 


O C.E.U. foi construido para uma comunidade enorme: o distrito do Jaguaré tem uma população residente de mais de trinta mil habitantes (além da população flutuante, há muitas empresas no bairro, somos rota para vários bairros e cidades). A Vila Nova Jaguaré, que está na "porta" do C.E.U. tem uma população que corresponde há quase um terço da população do distrito, com grande índice de vulnerabilidade social em consequência da suposta falta de espaço para cultura e lazer - para superar essa lacuna é que o C.E.U. foi estrategicamente edificado onde está! Então, cadê a comunidade na festa de aniversário do C.E.U.? Era para estar lotado em todos os espaços!


Secretario da Educacao e Dirigente Regional de Ensino, no aniversario do CEU Jaguare 27/11/2010
Duas (das várias) autoridades presentes: Alexandre Schneider (Secretário Municipal da Educação, à esquerda) e Waldecir N. Pelissoni (Diretor Regional da DRE de Pirituba) chegam para as comemorações do aniversário do C.E.U. Jaguaré, acompanharam o grupo de professores em suas observações sobre os problemas do entorno da Unidade. Foto de arquivo pessoal, mostrando pessoas públicas em evento público.




Quem falhou? Onde e como? Uma autoridade, questionada por um grupo de professores sobre a situação do trânsito no entorno, chegou a desabafar que veio para uma festa, não para ouvir reclamação. Tudo bem que não devemos misturar as coisas, festa com reclamação, mas celebrar uma festa (isso é o que fizemos) é refletir sobre o que está bom e o que precisa ser aprimorado. A vida é assim. Por isso proponho essa reflexão: cadê a população na festa do C.E.U.?


Será que essa população ainda não se apropriou desse importante equipamento? Já faz um ano que estamos em funcionamento, daria para a apropriação deste espaço público estar ocorrendo progressivamente. Invertendo a questão: o que o C.E.U. Jaguaré tem feito para aproximar-se da população? Quais estratégias, quais ruidos de comunicação podem estar por trás desse distanciamento?


Repito: celebrar uma festa vai além da alegria, pois esta deve ser plena e abrangente. Refletir é uma capacidade humana que não dever ser esquecida, em nome de nada e de ninguém. Vamos "arregaçar as mangas" ainda mais e refletirmos sobre como podemos fazer-nos presentes na vida da comunidade. Afinal não é isso que tanto se fala que os educadores devem fazer?


Abraços fraternais.


João César

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Como vai, colega educador?

Como vai, colega educador?


Parece uma pergunta tola, mas não é!

Olhe para dentro de você, seja sincero. 


Vou começar respondendo por mim, ai você fica mais à vontade, certo?


Bem mesmo, não ando, mas poderia ser pior. Não sou otimista, nem pessimista, mas realista. 


Quando escolhi esta profissão, tinha 14 anos de idade, estava na oitava série e fui convencido a mudar de caminho, pois em 1989 o negócio já não estava assim tão bom. Quando conclui o antigo Magistério, mais críticas e conversas para eu desistir. Todos ficaram horrorizados quando comecei a lecionar. "Com tanto futuro, esse ai poderia ser jornalista, escritor, advogado ou padre", diziam. De fato, tenho tendências a tudo isso, mas não é porque a profissão não anda bem que eu não vou insistir nela. Sou professor, essa é a minha escolha!


Mais de uma década que estou na ativa, tive muitas oportunidades de pular fora, e não pulei, nem pretendo pular. Já passei por muitas dificuldades, ameaças, até mesmo atentados, mas não pulo fora por nada!


O leitor deve pensar: "esse ai é doido mesmo!" Respondo que nada disso, apenas fortaleço-me diariamente das seguintes formas:


a) Consciência história: sei que minha profissão foi melhor valorizada no passado, que meus antecessores foram abrindo mão de vários direitos em nome de não sei o quê. Na medida do possível deixo claro que não abro mão dos direitos que ainda sobraram, doa a quem doer!


b) Objetivo bem claro: tenho consciência de que não mudo o mundo com meu trabalho docente, nem aos outros, mas posso estabelecer uma troca saudável entre eu e o outro. O outro me enriquece e eu enriqueço o outro; faço-me presente nele, e ele em mim; enfim, participamos das conquistas e derrotas mutuamente, somos parceiros de caminhada. E no caso da criança, essa caminhada dá-se de forma lúdica, a alfabetização e a formação do conhecimento podem ser uma "brincadeira" a mais em nossas vidas. Pelo menos, até agora, tem dado resultados e nenhuma quinquilharia que tentam impor desvia-me deste rumo, que não é meu, mas nosso.



c) Vínculo Comunitário: Há mais de quinze anos trabalho com a mesma comunidade. No começo foi muito difícil. Como em todos os lugares, há seus pontos positivos e seus pontos a melhorar. Em uma comunidade periférica, onde mais da metade da população está abaixo dos 30 anos de idade, com perfil de alta vulnerabilidade social, o negócio é pior. Mas pessoas que mostraram muito carinho para com essa Comunidade serviram-me de exemplo a persistir. E deu certo. A Comunidade não mudou (até parece que piorou), mas os vínculos estão fortes. As vezes ficar na porta da escola dando um sorriso àquela mãe carrancuda pode fazer a diferença, pode desarmar uma bomba; entrar numa rodinha de conversa ou de brincadeiras dos alunos e mostrar interesse por isso, pode fazer uma diferença enorme; encontrar com esse aluno ou sua família na rua ou no ônibus e perguntar sinceramente se estão bem, desamarra caras fechadas e sombrias. Não soluciona problemas, mas impede a criação de novos e pode até mesmo diminuir os existentes. Palavra chave: diálogo!



d) Espiritualidade: cuidar de meu relacionamento comigo e com os outros é uma questão de espiritualidade. Como me vejo? Como vejo o mundo? Isto não depende, necessariamente, de Religião, mas de como relaciono-me comigo, com os outros e com o transcendente. Tem coisa que a Ciência não consegue explicar de forma satisfatória como, por exemplo, o relacionamento professor-aluno (tentam, mas as respostas possíveis e atuais, não me satisfazem). Isso é o que chamo de Transcendente, aquilo que não está em mim, nem no outro, mas no caminho entre nós. Este ponto é vital, sem o qual nada é possível: posso ter ótimos livros, ótimos computadores, mas se não interajo com o aluno, ajudado por esses meios, não acontece nada! Cuidar de minha espiritualidade é aguçar meu olhar para aquilo que não se vê, é curtir uma música, um filme, um livro, é revigorar minhas energias. E isso, por mais que neguem, é real, é fato. A sabedoria popular diz que "saco vazio não para em pé". Não sou saco vazio, tenho algo dentro e preciso cuidar desse algo.



Enfim, amigo educador, vou terminando aqui, pois a conversa já está longa.


Agora é sua vez. Como anda sua consciência sobre a profissão, anda abrindo mão de muita coisa sem clareza? Seu objetivo é claro e você elimina as quinquilharias que tentam afastar dele? Como é seu vínculo comunitário? - lembre-se de que, às vezes, é preciso abrir mão de algo para conquistar coisas maiores (o mar, em sua imensidão, abaixa-se para receber as águas dos rios). Como anda sua espiritualidade, seu interior? E sua privacidade: você mostra aos outros até que ponto podem chegar com você e vice versa? Eu faço isso, para evitar que mundos tão ricos se invadam e se anulem!


Pense bem antes de responder-me. Não aceito resposta escrita, quero olhar em seus olhos, sentir cada palavra que me falar. Afinal, o corpo e o olhar falam mais do que mil palavras.


Abraços e feliz dia dos professores a todos nós!


 João César

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Dia da criança ou criança todo dia?

DIA DA CRIANÇA OU CRIANÇA TODO DIA?



Infelizmente, há datas que têm sua finalidade deturpada pelas pessoas. Assim é o dia da criança. Fala-se muito da criança, dá-se muitos presentes, mas no resto do ano, as pessoas não se fazem presente na vida das crianças.



Muitas crianças gostariam, ao invés de um presente uma vez por ano, que as pessoas estivessem presentes em suas vidas diariamente. E não venha justificar-se com a correria do dia a dia, pois presença não se faz somente pelo tempo dedicado (quantidade), mas pela intensidade (qualidade) do tempo em que se dedica a alguém.



Isso lembra aquela história do pai que nunca tinha tempo para seu filho, pois era um mártir do trabalho, a fim de dar a família condições dignas de vida. Mas toda noite passava pela cama do filho, acariciava-o, dizia-lhes umas palavras afetuosas e deixava um nó no lençol, como prova de que esteve ali por alguns segundos.



Também lembro-me de um fato recente (julho de 2010), ocorrido com uma aluna minha, na formatura do PROERD: seu pai, caminhoneiro, trouxe a filha até a porta da escola, abraçou-a profundamente, disse ter muito orgulho dela, mas que não daria para ficar na formatura, pois tinha que descarregar o caminhão. Esse pai disse também que a mãe da menina, já falecida, com certeza estava muito orgulhosa, vendo tudo do céu. Essa menina, sorridente e alegre, sempre tem seus pais presentes em seu coração. Por isso mesmo é uma aluna que se destaca no aprendizado e no comportamento, como outros também.



Nestes mais de dezesseis anos de docência, tive várias  outras experiências de pais e mães que poderia argumentar que não tinham tempo a seus filhos (e não tinham mesmo, se levarmos em conta o tempo cronológico), mas davam o máximo de si: mães analfabetas que reservavam alguns segundos suados para ver os cadernos dos filhos e fazer elogios aos progressos que viam e sentiam ali, mesmo não sendo capazes de ler o que estava escrito; pais que, mesmo cansados do trabalho, eram capazes de beijar a mulher e os filhos, que não tinham dinheiro para dar presentes, mas estavam presentes.



Preferi dar esses exemplos positivos, mas quero lembrar também daqueles pais que nunca estão presentes, mas fazem questão de encher os filhos de presentes e nunca dão-lhes uma palavrinha de carinho, nem uma correção afetuosa quando os filhos erram; aqueles que são apenas motoristas, levando a criança à escola ou catequese, e nunca se preocupam em perguntar aos educadores como suas crianças estão; aqueles que renegam a criança na frente de todos, como se ela fosse consequência de um aborto mal sucedido - infelizmente, atendo vários casos assim onde leciono.


O extremo dessa omissão toda também é prejudicial, como aqueles que querem corrigir os filhos de qualquer modo, inclusive humilhando-os ou espancando-os, quando não explorando ou abusando;ou formas mais sutis, como a superproteção, que tira a iniciativa da criança em agir. Tudo isso – omissão e certas ações, são formas de negligência, de crueldade.



E o que falar daquele tipo que só visita a criança (tanto em seu lar, como no orfanato), somente no dia 12 de outubro? Ou que percorre as ruas, nessa mesma data, distribuindo presentes e guloseimas, mas nos outros dias faz questão de cuidar bem de seu “totó” e gritar em altos brados “morte e cadeia aos menores abandonados”?



Em meio a tudo isso fico muito feliz com iniciativas de pessoas e entidades que tratam da criança o ano todo. Os padres Rosalvinos, Robertos, Julios – e tantos outros, que estão ali, com as crianças diariamente, em suas necessidades, fazendo-se presença viva e atuante, muito mais do que pais. E também os pais que citei anonimamente no incio deste texto. De pessoas assim, presentes o ano inteiro, verdadeiros presentes na vida das crianças.


E termino dedicando um carinho especial à todas as crianças que nestes  mais de dezesseis anos de Educador passaram por mim (e as que passam, e aquelas que passarão), sobretudo as mais problemáticas, com seu jeito de gritar por socorro. Agradeço a Deus por colocá-las em meu caminho, pois tenho consciência de que estou servido a Ele nelas.



Que Deus continue dando-me forças para que eu seja capaz de fazer a diferença na vida das crianças, diariamente, e não somente no dia 12 de outubro. Bênçãos também a eles, meus colegas educadores (inúmeros e anônimos) que dedicam-se às crianças. E, claro, bênçãos também aos inúmeros Rosalvinos, Robertos e Júlios que me mostram que o caminho é a Educação.



Minha gratidão a todos!


João César
12 de outubro de 2010.
http://pazeduca.pro.br/profjoao

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Breves notas explicativas, de nomes citados no texto:


"Roberto": Referência ao padre Roberto, da Congregação de Santa Cruz, (família religiosa fundada pelo padre Moreau, conhecida em São Paulo pelo colégio de mesmo nome) que mantém vários núcleos socio-educativos no bairro do Jaguaré, atendendo aproximadamente 800 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.




"Rosalvino": Padre Rosalvino, sacerdote salesiano (congregação fundada por Dom Bosco) que possui um enorme e belíssimo trabalho sócio-educativo no bairro de Itaquera.




"Júlio": Padre Júlio Lancelotti, atuante junto a menores abandonados, crianças aidéticas e moradores de rua, por isso mesmo invejado e perseguido por muitos. Atua sobretudo na zona leste paulistana.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Amanhecer no ceu do CEU Jaguare


Amanhecer no CEU Jaguaré - 10/08/2010.

Amanhecer no CEU Jaguare - 10/08/2010
Nascer do Sol no Centro de Educação Unificado Jaguaré, 10/08/2010. Imagem de arquivo pessoal.


O Sol surge por entre árvores, saudando a todos nós. Começa mais um dia de inverno.

A umidade vinda do mar, aos poucos, enche o céu de nuvens. O Sol voltará somente algumas horas mais tarde, por volta das 11 horas.

Esse Sol vem trazer paz, alegria e tranquilidade para os que assim desejarem, colorindo um pouco mais a vida nossa de cada dia.

Precisamos parar de ver somente o lado feio da vida. Coisas bonitas também fazem parte da vida e nem sempre estamos dispostos a apreciá-las.



Imagem obtida a partir do pátio externo.

Foto de arquivo pessoal, que não mostra pessoas, mas apenas cenário.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O que vejo da janela lateral de meu trabalho

O que vejo da janela lateral de meu trabalho
Visão privilegiada que temos em nosso ambiente de aprendizagem. (Arq. Pessoal).

Esta é a visão que tenho de minha mesa de trabalho. É raríssimo eu sentar-me, pois sempre estou em contato com os alunos que compartilham comigo este local de trabalho.


Eu coloquei "janela lateral" para lembrar a música de Milton Nascimento. Só que aqui não é meu "quarto de dormir", mas como disse, meu local de trabalho. Meu novo local de trabalho, desde fevereiro de 2010, pois me removi para cá após doze anos em outro local (na verdade acompanhei a comunidade educativa na qual trabalho).


Bem, mas voltando à "janela lateral": na verdade, é um conjunto de porta de vidro que dá para um solário, um local no qual podemos curtir um solzinho entre uma lição e outra - esse é o combinado que temos, ao invés de ficar sem fazer nada (ou fazendo coisas erradas), podemos curtir esse pedacinho quando terminamos nossos deveres.


É muito bom curtir o sol de inverno nesse gramadinho. O murinho amarelo nos separa do restante do equipamento educativo. O grande pŕedio que se vê atrás é o complexo cultural, formado por quadra, teatro e muitas outras coisas para uso comunitário.


Essa foto foi possível hoje, no raro momento em que sentei-me, pois já não havia mais alunos neste momento. Sempre os oriento a questionarem tudo o que é foto, pois não é seguro ter suas imagens publicadas aqui na internet, mesmo com autorização. Neste caso é paisagem, é cenário - e faço questão de compartilhar esta imagem com todos.


(por prof. João César, em 26/07/2010).

terça-feira, 13 de julho de 2010

Comunico-me, portanto, existo

O ser humano é o ser da comunicação. Existimos a partir do que comunicamos. E a comunicação vai muito além das palavras: somos capazes de comunicarmos pelo nosso corpo, pelas nossas atitudes.

Nas escolas fala-se muito em habilidades e conteúdos a serem trabalhados. E eles são cobrados por meio de avaliações institucionais (Prova Brasil, Prova São Paulo, Prova da Cidade, Saresp, Enem e uma infinidade de instrumentos). Cobram-se elementos que toda escola deveria trabalhar, mas esquece-se que, antes de conteúdos, deveríamos trabalhar capacidades comunicativas. Como podemos cobrar a mesma coisa de alunos que passam por situações diversas: aqueles que têm quem lhes eduque em família e aqueles que têm que se virar sozinho; aqueles que estão em condições propícias e aqueles que estão muito atrás do processo (inclusão); aqueles que têm uma escala de valores e os que ainda não a tem; aqueles que são providos no lar (encaram a escola como provedora de conhecimentos) e os que são desprovidos de tudo (e encaram a escola como provedora do que lhes é negado no lar). Não está faltando aprimorar a capacidade comunicativa das pessoas e das instituições?!? O discurso "educação para todos" não está encobrindo uma falha comunicativa entre os envolvidos no processo?!?


Nos meios de comunicação social (TV, rádio, teatro, internet etc) fala-se muito em formar consciências, em informar as pessoas de forma imparcial, neutra. Mas uma informação parcial, que enfoca apenas um lado da questão, que mostra somente o que determina quem tem um suposto poder, está informando ou deformando?!? Mostrar somente o lado negativo da vida, enfatizando-o, e ignorar fatos positivos ou as diversas versões de um mesmo fato, é comunicar?!? Enfim, eles informar e formam, ou deformam mentes? Geram consciência ou criam opiniões parciais? Comunicam o quê?


Nas Igrejas, em especial, na Igreja Católica, fala-se muito em Pastoral da Comunicação, como se esta fosse uma novidade a ser empregada. Mas se na Igreja há uma comunicação eficiente entre seus membros, entre seus diversos grupos e comunidades, a Pastoral da Comunicação não precisa ser formada, exatamente porque ela já existe! Precisamos apenas fortalecer a comunicação que ai existe, sobretudo aquela comunicação do olhar, da postura corporal, da acolhida. Tudo o mais será consequência.


Em todas as instituições (escola, família, igreja etc), há uma tendência muito forte em se enfatizar os meios, como se estes fossem soluções comunicativas. De nada adianta eu ter uma emissora de TV ou rárdio, um auditório ou um site, se eles são instrumentos que se esgotam em si. Quantas peças teatrais, quantos livros, quantos programas e sites conhecemos e que não retratam nada do que é vivenciado nessas instituições. Faça-se um levantamento de, por exemplo, quantos sites que estão no ar, estão, de fato, com informações atualizadas (verifique-se isto, por exemplo, nos sites que pretendem representar alguma igreja ou movimento social).


Um instrumento deve revelar o fruto do processo comunicativo que há na instituição promotora dele. Uma prova institucional terá seus resultados (as tais das proficiências, tão cobradas por gestores) reais se o processo educativo da escola acontecer de forma comunicativa e dialógica. Um programa televisivo ou radiofônico formará consciências se os seus detentores forem capazes de comunicar de forma integral, não parcial. Um site será eficiente se for fruto de processos comunicativos entre os integrantes da instituição que é revelada por ele.


Sem cuidados básicos, o ser humano não comunica nada. Apenas mascara realidades, deforma, aliena. E ninguém está vacinado contra este mal, nem deve ficar acusando os outros pelos insucessos, uma vez que conquistas e derrotas não são individuais, mas coletivas. Veja-se o exemplo de um time de futebol: uma vitória ou uma derrota é de todos, desde os atletas que suaram a camisa em campo, como de seus treinadores e dirigentes.

Está na hora, se é que não se passou, de pararmos tudo o que fazemos (ou deixamos de fazer) e avaliarmos nossas capacidades comunicativas. Sem isso, estaremos construindo nossa ruina, por ação ou omissão. Esse é o preço de sermos seres sociais, comunicativos, dependentes uns dos outros.

Professor João César
Julho de 2010
http://pazeduca.pro.br/contato


Julho de 2010
http://pazeduca.pro.br/contato

OBSERVAÇÃO NECESSÁRIA:

1) Antes que criem mal entendido com algumas colocações minhas, já adianto que não sou contra a diversidade em sala de aula, nem às avaliações institucionais (segundo parágrafo de meu texto), mas sou favorável a uma flexibilização inexistente nas avaliações. Afinal, não podemos nivelar educandos com necessidades diversas, isso é um crime e depõe contra todas as conquistas inclusivas. Aliás, sou tão favorável à inclusão que, há mais de 10 anos atrás, fui uns dos primeiros professores a ter em sala de aula um aluno com paralisia cerebral. Recentemente comentáva com meu Coordenador Pedagógico que meu quarto ano tem uma riqueza imensa, uma vez que há grande diversidade na faixa etária. Isso tudo atesta que sou favorável à inclusão, desde que a mesma ocorra de verdade, não somente de forma poética.

2) Quanto a questão da mídia parcial, conheço jornalistas que são íntegros e não compactuam com  essa deformidade que certos meios de comunicação tentam impor sobre a população.

3) Também não combato a Pastoral da Comunicação. Apenas elucido que ela é fruto de um processo comunicativo maduro, que nossas pastorais católicas não estão sabendo ter. Haja visto o numero de pessoas que não se sentem acolhidas em suas necessidades em nossas comunidades.

domingo, 27 de junho de 2010

Valores atuais

Neste domingo tive a oportunidade de escutar um relato de que nem tudo está perdido. Ao final da celebração da Missa, no momento dos avisos, o padre contou brevemente de uma experiência que passara na casa de uma família.

Após almoçar com aquela família, duas crianças que até então brincavam como qualquer outra criança, propuseram a esse sacerdote e seu seminarista uma sabatina bíblica. Foi a oportunidade que o padre teve para comprovar que vivenciar os valores cristãos pode ser algo natural se a família assim o quiser. Na atitude daquelas crianças,, que brincavam normalmente, não havia nada de alienante. Muito pelo contrário, não precisavam abandonar sua infância para vivenciar os valores - estes estavam presentes junto às brincadeiras, a vida normal.

Isso faz pensar nos tipos de valores estamos ensinando, ou melhor, vivenciando com nossas crianças. O padre concluiu sua breve fala com a recomendação de que devemos falar de Deus para as crianças, e de forma natural. "Uma geração que sabe de cor os passos do rebolation, devem também saber algo sobre Deus", finalizou o sacerdote ao sugerir como compromisso da semana orientar as crianças no caminho para Deus.

No caminho de volta para casa fiquei pensando nas palavras daquele padre que estava rodeado de coroinhas e sorria para as crianças de colo que choravam durante a celebração. Fiquei refletindo quantas vezes nos incomodamos com a presença barulhenta das crianças perto de nós ao invés de orientarmos essas mesmas crianças. Lembrei-me, de imediato, do carisma da família religiosa daquele padre, de seu fundador e do que ele significa para milhões de crianças e adolescentes por este mundo afora. E conclui que seria muito mais fácil renunciarmos ao nosso jeito adulto e sisudo de ver o mundo, para vê-lo a partir dos olhos simples de crianças, crianças estas que precisam ser orientadas, e não abandonadas em um canto qualquer, em nome de uma suposta tranquilidade.

Devemos lembrar que investir na formação de uma criança, vivenciando com ela uma escala de valores, é a certeza de que poderemos contar com uma tranquilidade próxima. Criança não é estorvo, nem erva daninha que deve ser deixada à sua sorte. É, isto sim, a certeza de que o mundo ainda tem jeito.

Afinal, essa é a aposta de Deus, ao enviar as crianças até nós. E o que fazemos com elas, que nos são confiadas? Prestaremos contas um dia...

Mesmo para quem não acredita em Deus, ao menos tenha em mente que a escala de valores que vivenciamos (ou não) com as crianças é uma espécie de poupança que fazemos para toda a vida: não podemos exigir de uma criança aquilo que não fornecemos a ela.

Como disse, certa vez, um outro sacerdote católico em forma de canção: "menores abandonados, alguém os abandonou; pequenos e mal amados, o progresso não os adotou".

Lembremo-nos que o ser humano se constroi por meio do relacionamento com outros seres humanos. Que tipo de vivência, de relacionamentos, oferecemos (enquanto sociedade) para nossas crianças? Afinal, não só de rebolation se vive. É bom dançar, é bom se divertir, mas a vida vai muito além disso.

João César.
junho de 2010

sábado, 26 de junho de 2010

Comunidade Viva - Vinculos Educativos

Mais do que discursos bonitos vale a prática. De forma bem discreta, somos capazes de estabelecer vínculos com a comunidade do entorno de nossa escola.

Nesta ensolarada manhã de sábado (26 de junho de 2010), assentamos mais um valioso tijolinho no grande edifício que estamos construindo juntos na delicada e bela relação com nossos alunos. De início pensei que poucos alunos viriam para repor aula, mas fiquei surpreso quando encontrei na portaria do CEU Jaguaré um grupo de adolescentes que aguardava ansiosamente pelo campeonato. Quando os portões foram abertos, esses alunos dirigiram-se à quadra com sorrisos e semblantes tranquilos (inclusive aqueles que muitos transtornos causam ao longo das aulas).

Mais tarde, nova surpresa: eu, que esperava apenas meia dúzia de alunos de primeira a quarta série, me deparei com cerca de quarenta (bem que meu Coordenador Pedagógico havia dito que eles viriam em massa, e eu não acreditei). Todos estavam alegres e ansiosos em participar da caça ao tesouro, que organizamos espalhando pistas ao longo de todo CEU. E não é que deram conta do recado em menos de uma hora? 

Em cada rosto que abria os envelopes das pistas via-se muita alegria. Ao buscar as pistas seguintes muita correria e gritos alegres. Já na última pista a criança que achou a chave do tesouro vibrou e compartilhou sua descoberta com todos. Finalmente o o tesouro foi aberto e dividido entre todos: um cofre recheado de balas e pirulitos. E o mais lindo: crianças pequenas (primeiras e segundas séries) junto com crianças maiores (terceiras e quartas) participaram lado à lado de todas as etapas, sem problemas, com muita colaboração.

Após a partilha dos tesouros (o achado e repartido, bem como o tesouro do bom relacionamento e companheirismo durante a busca), todos puderam brincar no pátio: pequenos e grandes, alunos, professores e funcionários, com várias brincadeiras à escolher. E novamente a alegria esteve presente entre todos.

Dessa forma, demos mais um passo ao mostrar a nossos alunos que a Escola também tem espaço para o lazer sadio, organizado e compartilhado. E isto é importante para estabelecer e fortalecer vínculos.

Essa vivência gostosa fiz questão de registrar por meio de fotos, as quais estou disponibilizando em CD para uso interno da Escola - devemos registrar sempre esses momentos importantes, pois assim estamos registrando nossa história (sobretudo a história de uma escola que está em seu começo - daqui algum tempo daremos conta de que estamos participando desse momento importante e único).

Finalizo este relato de vivência pedagógica com um pensamento que sintetiza a prática pedagógica de um educador que no século XIX soube antecipar muita coisa que ainda estamos ensaiando no século XXI:
 

"Que os jovens não sejam amados, mas que eles próprios saibam que são amados... Que, sendo amados nas coisas que lhe agradam, aprendam a ver o amor nas coisas que naturalmente pouco lhe agradam..." 

(João Melchior Bosco, conhecido por Dom Bosco - leia seu testamento espiritual e pedagógico em uma de suas cartas, disponibilizada no link: http://pazeduca.pro.br/dombosco/?page_id=48).

Agradeço, de coração, a todos os envolvidos (direta e indiretamente). Como eu escrevi por ocasião de nossa festa junina: somente Deus para lhes retribuir.


Abraços fraternais.

João César 
26 de junho de 2010.

domingo, 13 de junho de 2010

Comunidade Viva - Festa Junina no CEU Jaguare

FESTA JUNINA NO CEU JAGUARÉ
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Para qualquer pessoa pode parecer mais uma das diversas festas juninas que ocorrem pelo bairro. Mas para quem participou o significado pode ser outro, mesmo que não se dê conta em um primeiro momento.
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Comentei com meus alunos ao longo da semana que essa festa junina é um marco em nossas vidas, uma vez é rara a oportunidade de se estar presente a primeira festa junina de uma escola. A princípio não se tem uma noção clara disso, mas com o passar dos anos poderemos lembrar de que participamos dessa primeira festa da escola. Basta perguntar para os mais adiantados em idade se tiveram oportunidade de inaugurar e participar das primeiras atividades da escola na qual estudaram.
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Por ser primeira festa e, por ocorrer em mesma data de outras no bairro, a presença do público foi significativa. Fiz questão de chegar bem antes do meu horário de trabalho para ter a oportunidade de filmar, fotografar e interagir com as pessoas (tudo devidamente autorizado por meus superiores hierárquicos). Vi muita alegria e tranquilidade em todos os rostos. Parei para conversar com muita gente conhecida:  desde alunos, ex alunos e respectivos familiares até mesmo com um senhor da melhor idade que me contou detalhes dos prédios industriais do entorno. E repito: em todos os rostos via-se claramente tranquilidade e alegria.
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Por meio desses contatos pessoais informais é que me dei conta daquilo que falei sobre o marco histórico. Ao coletar imagens me dei conta de que todos ali naquele ambiente estavam participado na escrita da história desse importante equipamento.
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Mesmo que alguns números de danças estivessem quase comprometidos pelo não comparecimento de muitos que tinham ensaiado anteriormente, nada apagou o brilho desse primeira festa. Vibrei muito com a apresentação de meus alunos, mas também com todas as apresentações do restante da escola. Fiquei petrificado e emocionado com as apresentações dos pequenos das outras duas escolas que formam o CEU (a Emei e o Cei), bem como com a plateia ali presente (em sua maioria, formada por pais, mães e avós corujas).
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Acredito que o pontapé inicial de intercâmbio com a comunidade do entorno foi dado - e muito bem dado. Precisamos agora manter essa bola em nossos pés a fim de marcarmos um brilhante gol na medida em que a comunidade perceba que estamos trabalhando com eles, e não para eles - nesse momento muitas das dificuldades que encontramos desaparecerão.
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Enfim, sinto-me orgulhoso e muito emocionado por estar presente nesse momento impar de nossa história. Sinto-me principalmente na responsabilidade de colaborar com esse gol que citei acima.
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Meus agradecimentos a todos que estiveram envolvidos com tudo isso. Especialmente agradeço a Professora Telma, minha estimada amiga aposentada, que não mediu esforços em seu trabalho voluntário de ensaiar vários de nossos alunos. Somente Deus é capaz de pagar devidamente a todos os que contribuíram para acender os sorrisos de nossas crianças.
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Abraços fraternais a todos!
João César
junho de 2010.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Stop Estupidez


STOP ESTUPIDEZ
Elias Muniz



Às vezes eu fico pensando
O que será da gente
Nas mãos desses homens
Que nem parecem gente
Êta mundo velho
Mundo complicado

Preferem apostar nas guerras
Parece doença
Tá sobrando ódio
Falta consciência
Êta mundo louco
Mundo atrapalhado

Quantos bilhões que são desperdiçados
Destruindo tantas vidas inocentes
Em vez de usá-los no combate ao câncer
No combate à fome de tanta gente
Eu me pergunto o que será que falta
Pro homem acordar de vez
O amor grita
Stop estupidez

Paz, precisamos de paz
O mundo está carente de paz
E mais humanidade
Luz, precisamos de luz
O mundo está sedento de luz
E solidariedade
Stop estupidez
Chega de maldade.

Interpretação: Grupo ir ao povo

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Depende de nos



DEPENDE DE NÓS

Composição: Ségio Mendes

 
Depende de nós
Quem já foi ou ainda é criança
Que acredita ou tem esperança
Quem faz tudo pra um mundo melhor


Depende de nós
Que o circo esteja armado
Que o palhaço esteja engraçado
Que o riso esteja no ar
Sem que a gente precise sonhar


Que os ventos cantem nos galhos
Que as folhas bebam orvalhos
Que o sol descortine mais as manhãs


Depende de nós
Se este mundo ainda tem jeito
Apesar do que o homem tem feito
Se a vida sobreviverá

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Aniversario Profissional

No dia 20 de maio de 1997, exatamente às 13 horas, eu iniciava minha caminhada pedagógica na Rede Municipal de Educação de São Paulo. Mais precisamente, na EMEF Marechal Espiridião Rosas, em um primeiro ano, com crianças de seis anos de idade. Permaneci nessa mesma escola até 2009, construindo uma riquíssima história junto à Comunidade Escolar. Agora faço parte da recém iniciada história do CEU EMEF Jaguaré.


Mas minha trajetória na Educação teve início um pouco antes, no dia 1º de novembro de 1995, na Escola Estadual Maria Eugênia Martins, como professor substituto (contrato de estagiário já formado) de primeiro ao quarto ano, convidado por meu ex-professor, naquele momento como vice diretor. Naquela data iniciei substituindo uma colega, em sua classe de segundo ano. Minha rápida permanência foi marcada por muitas conquistas, mas também por muitos tropeços - comuns a quem está iniciando.


Minha iniciação naquela escola estadual foi marcada não somente pelas regências de aulas, mas também por levar alunos doentes para suas moradias, na Vila Nova Jaguaré, muito antes da urbanização. Eram momentos interessantes, pois a Vila daquela época era composta por muitas casas simples, muitos barracos e esgoto a céu aberto. Mas em cada uma dessas simples moradias, nas quais chegava-se passando por dentro de outras, eu sentia um ambiente de muita simplicidade, paz e acolhimento. Era engraçado porque eu havia levado as crianças às suas moradias, mas elas precisavam levar-me de volta a alguma rua, pois senão eu não conseguiria voltar para a escola. E era verdadeiramente difícil sair dali, não somente pela Geografia específica do lugar, mas pelo acolhimento que aquelas famílias me davam. E então entendi porque o Pároco da Igreja São José do Jaguaré, Padre Roberto Grandmaison, residiu por muito tempo ali e tem muito carinho para com aquele pessoal até hoje.


O tempo passou, a Prefeitura de São Paulo chamou-me para assumir as aulas em sua rede. Como meu contrato com o Governo Estadual iria terminar em breve, optei em ficar somente na Rede Municipal, mesmo após trabalhar algum tempo em ambas redes. Nessa ocasião aconteceu algo muito interessante: na escola municipal já citada, além de eu lecionar em um primeiro ano no período da tarde, eu substituía colegas no período da manhã. Nessas substituições, encontrei-me com vários daqueles alunos que estavam na escola estadual. Foi um reencontro maravilhoso.


Nessa escola municipal havia uma estrutura humana bem melhor para trabalhar, quer pelos colegas e demais funcionários, quer pela direção e coordenação pedagógica da época, a qual me incentivava bastante no trabalho com aqueles alunos. Chamou-me a atenção que a Coordenadora Pedagógica conhecia cada aluno pelo nome, e isso do primeiro ao oitavo ano. Também havia um coral, formado por professores e alunos, que se reunia semanalmente para ensaios e apresentações. Muitos problemas pertinentes ao relacionamento humano eram possíveis de se resolver a partir dos vínculos formados nesse coral.


O tempo passou mais ainda, cada educador desse núcleo inicial tomou seu rumo, outros vieram para somar forças, mas uns poucos vieram para dividir, semear conflitos, forçando indiretamente muitos educadores a se removerem para outras escolas. 


Vários desses educadores (sobreviventes de naufrágio, como eu) se removeram comigo para a recém inaugurada EMEF no CEU Jaguaré. Conto com uma equipe maravilhosa de colegas e também uma equipe ótima na direção e coordenação, lembrando muito aquele saudoso 1997 na outra EMEF. E ai nova surpresa: basicamente os alunos são da Vila Nova Jaguaré, muitos são daquelas mesmas famílias que eu já tinha contatos desde os tempos da rede estadual de ensino, passando pela EMEF Marechal Espiridião Rosas e agora no CEU EMEF Jaguaré. E mais: no inicio do ano de 2010 encontrei-me com uma ex aluna minha, de uma das minhas primeiras turmas. Ela estava levando seu filho para o CEI (creche) que funciona no CEU. Acredito que daqui há algum tempo ele será meu aluno na EMEF, dando continuidade a este gostoso ciclo de vida dentro da escola, que iniciei de forma efetiva nesta data, a qual comemoro neste momento.

Apesar de tantos problemas que passamos dentro de nossas escolas, é preciso registrar esses momentos importantes, a fim de que nossas vidas ganhem sentido novo. Afinal, se as flores são capazes de retirar seu sustento do estrume, quem somos nós para ignorarmo momentos importantes que marcam nossa carreira?


Ah, eu não posso esquecer de citar que também passei por outras escolas concomitantes a essas,mas ai seria uma história para outra ocasião.


Grato a todos que permitiram que momentos assim existissem. E, apesar de tudo, estou disposto a caminhar em frente por mais tempo.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Um novo Sol

Video com a música "Um novo Sol", diretamente do canal de Dalcides Biscalquin, no YouTube.


UM NOVO SOL
Dalcides Biscalquin


Uma terra que já não tem fronteiras,
Senão mãos que juntas formarão
Uma corrente mais forte que a guerra e que a morte.
Já sabemos, o caminho é o amor.

Uma pátria mais justa e mais fraterna,
Onde todos construamos a unidade,

Onde não há rejeitados, porque todos são chamados.
Já sabemos, o caminho é o amor.

Um novo sol se levanta
Sobre a nova civilização que hoje nasce;
Uma corrente mais forte que o ódio e que a morte.
Já sabemos, o caminho é o amor.


A justiça é a força que traz a paz.
O amor é que leva a perdoar.
A verdade é a força que nos traz libertação.
Já sabemos, o caminho é o amor.

Quem tem muito partilha sua riqueza.
Quem sabe não impõe o seu pensar.
Quem manda entende que poder é um serviço.
Já sabemos, o caminho é o amor.

Quem confia contagia com sua vida
E a dor se cobre com amor
Porque a gente se sente solidário com o mundo.
Já sabemos, o caminho é o amor.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Pascoa

Páscoa


Páscoa quer dizer passagem, mudança de vida.

Na Páscoa lembramos quando Jesus Cristo voltou a viver: passou da morte para a vida.

Por isso Páscoa quer dizer também: MUDANÇA DE VIDA, VIDA NOVA.

A Páscoa é representada:

Pelo ovo: ele traz dentro uma nova vida, a do pintinho, do passarinho.

Pelo coelho: ele tem muitos filhotes, muitas novas vidas.

A Páscoa deve ser essa VIDA NOVA para nós.

E você: o que precisa mudar para que sua vida seja nova também?


Autor: João Cesar.

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POR QUE CADA ANO A PÁSCOA TEM UMA DATA DIFERENTE?

Na verdade, a Páscoa Cristã (Ressurreição de Jesus Cristo) é consequência de duas outras datas:


1) A Páscoa judaica (que coincidiu com a morte e ressurreição de Jesus Cristo - basta lembrar que os judeus tiveram pressa em crucificar e retirar Jesus da cruz, pois estavam na véspera da páscoa judaica e não queriam estragar a solenidade, veja isso nos Evangelhos,especialmente no de São João, cap. 19, versículo 31).


2) Festas pagãs de comunidades europeias primitivas, que festejavam a chegada da Primavera e reverenciavam a natureza por seus frutos.


Então a Páscoa enquanto data é resultado da junção dessas duas datas, com prevalência óbvia da morte e ressurreição de Jesus Cristo, sobretudo para substituir a festa pagã da primavera.


Dessa forma, a Páscoa sempre é comemorada na noite do sábado da primeira lua cheia após o equinócio de março, continuando no domingo, dai a Páscoa sempre no domingo - primeiro dia da semana (início da primavera na Europa, outono para nós - vale lembrar das aulas de Geografia). Por isso a data da Páscoa sempre é móvel, pois segue o calendário lunar.


E a Páscoa é a data central do calendário católico. A partir dela (noite do 1º sábado de lua cheia após o equinócio de março) são calculadas todas as outras datas católicas, antes e depois:


• Quarenta dias antes é a Quaresma (lembrando os 40 dias que Jesus esteve no deserto), antes dela o carnaval e a quarta-feira de cinzas (o carnaval é calculado a partir da Páscoa, e não esta a partir dele).


• Cinquenta dias após a Páscoa temos Pentecostes (a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos, que estavam com medo, pois Jesus ressuscitado já havia voltado definitivamente ao céu na ascensão; a partir de Pentecostes ficaram com coragem de anunciar sua fé). Dai duas semanas, em uma 5ª feira, temos a solenidade do Corpo e Sangue de Cristo.


Pode parecer que eu queira fazer catequese ou doutrinamento neste espaço. Nada disso. Quero apenas explicar o porque das datas móveis de origem católica. Mesmo porque são datas, em sua maioria, presentes no calendário civil.
Portanto nada mais justo conhecer suas origens.


Texto: João Cesar.